domingo, 8 de fevereiro de 2009

Matéria do Fantástico

Conheça a história de uma pequena guerreira de 12 anos, que nunca deixou de ter sonhos e acreditar neles. O nome dela é Jenifer. Faltam dez horas para que o sonho de uma menina de uma rua na Zona Leste de São Paulo seja realizado. Um grupo de voluntários entra em ação. Todos os esforços são para Jenifer – que, aos 12 anos, superou o câncer pela terceira vez. No dia do aniversário, ela fez um pedido: um computador de brinquedo para aprender a ler e escrever. “Quando ela começava o tratamento dela ela tinha, um mês em seguida, era todo dia, como se fosse bater cartão, não tinha como ir para a escola”, conta Cintia Venâncio da Silva, mãe de Jenifer. E com a quimioterapia, outro problema. “Eu acho que o foco da vergonha é isso aí, ela não ir para a escola por causa da careca dela. Ela pediu uma peruca para mim, mas até agora não consegui a peruca, né?”, disse Paulo Silva, pai da menina. O sonho de ganhar um computador está de pé. E Jenifer vai ganhar muito mais. Ela saiu de casa para dar uma voltinha. O plano é distrair Jenifer ao máximo. Primeiro, uma passadinha no cabeleireiro. Enquanto isso, na casa dela, o pessoal da ONG O Poder do Desejo pega no pesado. O quarto tinha um guarda-roupa e um colchão de casal no chão que Jenifer dividia com Thais, a irmã mais velha. “O pouco que der para ela, para mim está bom, fazendo ela feliz. Tanto que ela sofria nesta vida, sofreu muito”, diz a mãe. Antes de Jenifer completar dois anos de idade, os médicos descobriram que ela tinha leucemia – um câncer que afeta o sangue. Ela fez tratamento, mas a doença voltou duas vezes. “A primeira vez que você fica sabendo é um choque, mas as vezes que ele volta é pior”, confessa a mãe. Há dois meses, Jenifer terminou o tratamento no Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graacc). Os exames não apontam mais leucemia. Mas os médicos podem falar em cura depois de cinco anos. “O câncer na infância tem cura sim, e a Jennifer é um exemplo que está conosco há 11 anos e que não perdeu a esperança, a força, a vida, a energia e a família também não perdeu”, diz a enfermeira Carla Gonçalves Dias. A persistência da família chamou a atenção da ONG, que rastreia nos hospitais desejos de crianças que têm doenças graves. “Quem encaminha o desejo via de regra são os pais ou responsáveis ou alguém da equipe médica”, explica Lêda Tannus, coordenadora de voluntários. Enquanto Jennifer passeia tranquila, o pessoal está a mil! “Estava preocupada com a montagem dos móveis, que a pintura não ia secar”, conta a voluntária Roberta Garcia. Cada um fazendo um pouquinho, deu tempo para caprichar. O quarto ficou pronto e a Jenifer está chegando daqui a pouquinho. Foram quase dez horas de trabalho, mas tudo passou bem rápido graças a expectativa de ver a reação da menina. O prazer de realizar um sonho é a maior recompensa para quem doou um dia do fim de semana. “A gente se sente muito mais recebendo do que doando. Eu acho que não dá para falar em palavras”, explica a voluntária Regiane Marton. Jenifer parou a rua. "Ai que vergonha!”, disse Jenifer. É claro que com tanto movimento, finalmente ela desconfiou. Impossível conter a emoção. “Ela merece! Ela merece”, gritam os vizinhos de Jenifer. A ONG O Poder do Desejo é a filial no Brasil da fundação internacional Make a Wish, que já realizou, em diversos países, os sonhos de milhares de crianças. E tem uma missão. “A família dessas crianças, como que congela o seu tempo, principalmente os irmãos mais velhos, em função das doenças”, explica a Lêda Tannus, a diretora-executiva da ONG. A estudante Thais Venâncio, que levava Jenifer de ônibus às sessões de quimioterapia, acompanhou tudo de perto. Repórter - Você gostou do quarto? Thaís - Adorei, ficou bem melhor que eu pensava. Ficou muito lindo. Tem uma cama embaixo e outra em cima. Quem vai dormir em cima, quem vai dormir embaixo? Jenifer - A Thais vai dormir em cima, porque quem me ajudou até hoje foi ela. “Estas crianças acabam perdendo um pouco com o tanto que elas têm que amadurecer rapidamente em função de tudo o que elas passam. Então, acreditamos que ela possa lembrar que ela ainda é uma criança com grande momentos ainda para viver”, conclui Lêda.

Um comentário:

amigavendebsb@gmail.com disse...

Olá, Make a Wish Brasil.
Eu assisti a reportagem do Fantástico e tenho certeza que o objetivo da ONG e toda a movimentação da comunidade foi atingido. Fiquei profundamente emocionada com a força dessa menina e da sua família. Mas resolvi vir até aqui para registrar que achei nada a ver dizer Make a wish, assim, em inglês, como se fosse merchandising da ONG, bem na hora que a garota está se dando conta de tudo, emocionada, feliz. Se houver algum registro de sugestão, fica a minha. É bacana dizer uma frase meio mágica na hora da realização do desejo, tem tudo a ver com fantasia. Só acho que poderia ser outra ou, no máximo, traduzido para o português. Se "Faça um desejo" não soa bem para dizer nessa hora, talvez uma outra, com o mesmo sentido. Vocês, que lidam de perto com as tocantes histórias de vida, certamente terão inspiração.
Fiz um comentário no meu blog sobre isso.
http://mulherquemaravilha.blogspot.com/2009/02/minha-cronica-como-e-que-e-make-wish.html